Ciúme: na origem desse sentimento e como conseguir controlá-lo

O ciúme é a expressão de um medo muitas vezes irracional que envolve a maioria de nós.De acordo com a definição do dicionário, é um sentimento de inquietação dolorosa de uma pessoa que, sentindo desejo de posse exclusiva, teme a infidelidade de seu ente querido. Mas o ciúme pode afetar as áreas mais díspares de nossa vida e se manifestar de muitas maneiras diferentes. Vamos descobrir tudo o que há para saber sobre esta "doença do amor" e, acima de tudo, como gerenciá-la.

Já que a baixa autoestima é uma das principais causas do ciúme, assista a este vídeo e descubra alguns exercícios simples para aprender a se amar mais a cada dia!

Ciúme: um sentimento universal

Quem nunca sentiu ciúme atira a primeira pedra. Ninguém né? Exatamente como esperávamos. O ciúme, na verdade, é um sentimento universal e ninguém, homem ou mulher, pode ser considerado totalmente imune ao que William Shakespeare definiu como "um monstro de olhos verdes".Da infância à adolescência até a idade adulta, esse movimento da mente é parte integrante de nossa vida e se manifesta nos contextos mais díspares. Pode ser um brinquedo, a atenção dos nossos pais, um namorado ou um amigo, só o objeto do ciúme que muda, não as emoções sentidas.

Normalmente, quando pensamos em uma pessoa ciumenta, a primeira coisa que vem à nossa mente são casos de amor. A vida a dois, na verdade, é o terreno mais fértil quando se trata de sentimentos fortes, para o bem ou para o mal. Nesse caso, o ciúme é uma espécie de resposta cognitiva à ameaça de que alguém tire nosso parceiro, aquele que consideramos o amor da nossa vida e, às vezes, infelizmente, também um indivíduo de nossa propriedade exclusiva. Nesse caso, pode-se até pensar em associar o ciúme a um mecanismo de autodefesa, com o qual se protege das dores do amor. Teoria bastante fundamentada se considerarmos que para alguns psicólogos esse sentimento é uma garantia de sobrevivência para o ser humano.

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Ciúme vs inveja: qual é a diferença?

Muitas vezes acontece que as pessoas confundem ciúme e inveja. Antes de prosseguir, vamos tentar esclarecer e distinguir os dois conceitos de uma vez por todas. No primeiro caso, o que nos faz sofrer é pensar que alguém pode tirar de nós algo que já possuímos. No segundo caso, porém, sentimos hostilidade para com aqueles que têm algo que ansiamos, mas que, infelizmente, não nos pertence. O que esses sentimentos têm em comum é a baixa autoestima de quem os sente e os maus pensamentos que se formam em relação àqueles que são identificados como "rivais".

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Homens e mulheres são ciumentos?

Uma pergunta que você pode ter se feito várias vezes na vida é se homens e mulheres são igualmente ciumentos. Em geral, a disseminação do ciúme entre os sexos é bastante homogênea, mas pode variar de acordo com a cultura a que pertencem. No entanto, um grupo de psicólogos evolucionistas encontrou uma diferença fundamental na origem desse sentimento em homens e mulheres. Independentemente da conduta individual do casal, sem um teste de DNA, o homem não pode ter 100% de certeza de que a criança carregada no útero por sua esposa ou namorada é sua. É essa incerteza ancestral que dá origem, mais ou menos inconscientemente, ao ciúme nos homens. Sentimento, neste caso, ligado à ansiedade de um "fracasso" em se reproduzir e às suspeitas sobre a fidelidade "sexual" do parceiro. As mulheres, por outro lado, temem mais do que qualquer outra coisa uma traição emocional do parceiro. Se este último, de fato, se apaixona ou se apaixona por outra mulher, começará a negligenciar e gradualmente abandonará a ela e a todos os filhos que tiveram juntos, forçando-a a assumir todos os compromissos familiares. Obviamente essas não são regras fixas, mas é inegável que esses medos ancestrais foram internalizados ao longo do tempo, chegando a nos condicionar até hoje.

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Por que estamos com ciúmes?

Quando uma pessoa fica com ciúme, pode haver vários gatilhos, como:

  • Baixa autoestima: o ciúme domina não tanto quando perdemos a confiança no outro, mas em nós mesmos. Nosso sentimento de inferioridade misturado com baixo amor-próprio nos faz duvidar de nosso valor, levando-nos a nos perguntar como uma pessoa pode se apaixonar por nós e nos preferir aos outros. Não acreditando em nós mesmos, lutamos para encontrar uma resposta a essas perguntas e nos convencemos de que isso não é possível e que, com isso, o parceiro acabará se jogando nos braços de alguém melhor do que nós.
  • Trauma: ter acumulado experiências traumáticas, principalmente no campo sentimental, pode marcar uma pessoa para o resto da vida e, quando não resolvidas, gerar comportamentos patológicos muitas vezes incontroláveis.
  • Medo do abandono: como já apontamos no início deste artigo, a base do ciúme é o medo cego de perder um parceiro por causa de outra pessoa. Mesmo a origem da síndrome do abandono pode ser rastreada até possíveis traumas vivenciados pelo sujeito ao longo de sua vida e nunca completamente curados.
  • Uma ideia doentia de amor pela qual o parceiro é considerado um objeto de nossa propriedade.

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Os principais sintomas do ciúme

Agora que temos uma compreensão mais clara do conceito de ciúme, vamos ver quais são os principais sintomas que distinguem esse sentimento:

  • Angústia: é difícil para o ciumento confiar na calma e na serenidade interiores. Pelo contrário, estará sempre alerta para não perder de vista o seu ente querido e o potencial “inimigo”.
  • Mania de controle: o ciúme pode se transformar em transtorno obsessivo-compulsivo. Isso significa que a pessoa tentará manter o relacionamento e a vida do parceiro sob seu controle, na ilusão de que tudo pode funcionar perfeitamente.
  • Raiva: a raiva nesses casos é dirigida principalmente àquele a quem reconhecemos como nosso possível rival no amor.
  • Frustração: esse sentimento surge quando nos damos conta do absurdo de certos pensamentos, mas ao mesmo tempo não conseguimos reprimi-los.
  • Medo: o medo de ser abandonado pela pessoa que amamos é a principal característica do ciúme e ao mesmo tempo sintoma e causa.
  • Desconfiança: essa atitude cautelosa se deve à ideia de que quem se aproxima do nosso parceiro pode se transformar em um contendor.
  • Paranóia: quando estamos com ciúmes, suspeitas e pensamentos paranóicos invadem nossa mente, levando-nos a imaginar todos os cenários possíveis de uma possível traição.

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Ciúme em crianças

Como já mencionado acima, o ciúme não tem idade e muitas vezes começa a perturbar as almas desde a infância. O próprio Sigmund Freud, que é considerado o pai da psicanálise, tinha a ideia de que todos nós já sentimos esse sentimento desde crianças, quando desejamos ter para nós toda a atenção dos nossos pais e acolhemos com mau humor a notícia da chegada. de um novo irmãozinho ou uma nova irmãzinha. Portanto, é justamente o ciúme que sentimos quando somos crianças diante de abraços ou brinquedos “roubados” que nos anos que virão acaba se tornando interessante e se derramando em nossas relações adultas.

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Todos os tipos de ciúme

O ciúme pode ser de diferentes tipos e ter diferentes tonalidades. Vamos ver os principais:

  • Material: dirigido àqueles objetos que possuímos e que não queremos por nenhuma razão no mundo dar aos outros.
  • Saudável: aquele sentimento inofensivo que temos por um ente querido, seja um parceiro, amigo ou familiar, e que ainda podemos controlar.
  • Romântico: neste caso, temos mais especificamente ciúmes da pessoa com quem temos uma relação sentimental e tememos que uma terceira presença possa se intrometer e levá-la embora. Também neste caso, é um sentimento bastante controlável e considerado positivo por alguns porque é capaz de reavivar a relação e tornar o casal mais unido.
  • Patológico e obsessivo: neste caso, estamos diante de um sentimento doentio, muitas vezes consequência direta de vícios emocionais e amores tóxicos. O ciumento, agora convencido de que o parceiro tem outro relacionamento mesmo na ausência de evidências claras, sente uma angústia implacável e desenvolve uma série de comportamentos mórbidos e obsessivos em relação ao outro: controla todos os seus movimentos, espia conversas no celular e vasculha seus bolsos. Isso pode degenerar em consequências desastrosas como a perseguição ou, pior, o crime de amor, comprometendo a felicidade do casal para sempre.
  • Retroativo: mais comumente conhecido como ciúme dos ex-namorados de nosso atual parceiro.

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Como o ciúme é tratado

Às vezes, por mais que o parceiro se comporte, seja afetuoso e leal, o ciumento jamais se livrará da ideia de que outra pessoa pode vir e colocar em risco seu relacionamento. Como acabamos de ver acima, as manifestações de ciúme podem ser inofensivas ou podem tocar o patológico. Dependendo da gravidade dos casos, é bom prosseguir seguindo caminhos diferentes. Aqui estão, então, algumas soluções com as quais você pode aprender a lidar com esse sentimento e ser capaz de viver sua história de amor com serenidade:

  • Faça uma lista das situações que desencadeiam o ciúme em você e analise-as objetivamente. Troque de papéis e pergunte a si mesmo se seu parceiro faria bem em sentir ciúme toda vez que você assistir ou falar com outra pessoa. Isso o ajudará a aprender a colocar a situação em perspectiva e a racionalizar suas ansiedades.
  • Comunique-se: uma boa comunicação é a base de qualquer relacionamento feliz. Compartilhe todas as suas dúvidas e medos com o seu parceiro, mas sem oprimi-lo. Se ele realmente o ama, não ficará indiferente às suas emoções, mas tentará ajudá-lo, mostrando que você não tem nada a temer.
  • Cultive sua independência: se a ideia de perder seu ente querido é um pensamento insuportável para você, significa que existem lacunas em sua vida que você deve aprender a preencher sozinho. Passe um tempo sozinho, cultive suas amizades e dedicado às tuas paixões: só assim aprenderás a não mais confundir vício com amor.

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  • Faça uma lista de todas as qualidades e qualidades pelas quais seu parceiro se apaixonou por você, perguntando-as diretamente a ele. Sempre que sentir o ciúme crescendo em você, releia esta lista para se tranquilizar e não perder de vista a autenticidade dos sentimentos dela.
  • Vá para a psicoterapia: infelizmente, nem sempre é possível desligar certos pensamentos por conta própria. Se você acha que não consegue controlar seu ciúme e teme que ele sufoque seu parceiro, para evitar um final desagradável, considere seriamente consultar um especialista em psicologia. Graças a uma terapia direcionada, o psicoterapeuta será capaz de cavar fundo em você, revelando as possíveis causas por trás dessa síndrome e ajudando-o a resolver o problema raiz.

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