Grafologia: vamos descobrir o que é o estudo da caligrafia

A grafologia permite traçar um quadro psicológico bastante detalhado da pessoa a partir da análise da caligrafia que leva em consideração uma série de parâmetros, do toque à pressão, do tamanho à inclinação dos personagens. Até a linguagem corporal pode revelar lados inesperados de caráter e personalidade, assista ao vídeo que selecionamos para você aprender os segredos do corpo e aprender a decifrar sua linguagem gesto por gesto!

Uma antiga "ciência humana": grafologia

A da grafologia é uma história antiga. Os chineses antes do nascimento de Cristo consideravam possível uma relação estreita entre a escrita e o caráter de um indivíduo. No século 4 aC Aristóteles acreditava que o signo gráfico era capaz de identificar a singularidade de um indivíduo e de seu caráter, pois a escrita é diferente de homem para homem. O historiador romano Suetônio escreveu que uma escrita como a de Augusto, que não quebrou as palavras e depois subiu à cabeça, era uma indicação de que ele era um homem de coração.
Na Idade Média, mágicos, alquimistas e muitos monges estudaram a ligação entre ortografia e personalidade. Também para Leibniz há uma ligação evidente entre personalidade e escrita, já que esta manifesta a natureza do escritor. Quase todo estudioso da grafologia se tornou o líder de um novo método de análise de caligrafia, mas sempre sem a validação típica das disciplinas científicas. Moretti, fundador da escola italiana de grafologia, definiu-a como uma ciência experimental, pois acreditava ter estabelecido os cânones por meio de experimentos prático-científicos. Em 1920, Albert L. Smith também se destacou neste campo com a grafologia aplicada. A grafologia, portanto, tem origens antigas, mas nunca foi regulamentada por um registro profissional, justamente pela ausência de validação científica. Existem muitas escolas de grafologia, mas os cursos principais são três: o francês de Jules Crépieux-Jamin, o italiano de Giampaolo Moretti e Marco Marchesan e o alemão de Ludwig Klages. A antiga escola francesa, que remonta ao abade Michon, difere muito da italiana.

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Metodologia da Escola Francesa de Grafologia

A grafologia da Escola Francesa investiga a forma e o tamanho, dos quais acredita ser possível deduzir a classe social e o grau de cultura do sujeito a partir dos caracteres da caligrafia; da pressão mais ou menos marcada no lençol também a condição psico-afetiva, viva, passiva ou angustiada. A dimensão está ligada à autoestima do indivíduo e às suas expectativas. Mudanças no tamanho são indicativas de sentimentos intermitentes. A forma pode ser espontaneamente pessoal ou emulada de certa forma por modelos estereotipados. A descontinuidade na escrita pode indicar uma atitude racional, intuitiva, independente, nem sempre sociável.Se a direção da escrita virar para cima, pode significar entusiasmo e exaltação; se para baixo, depressão; se inclina-se para a esquerda (vira à esquerda), o personagem tende ao egoísmo, se à direita (vira à direita) à generosidade. Pautas curtas, pontuação correta, pressão forte tornam a escrita mais lenta, mesmo que seja difícil entender a velocidade com que você escreve. Quanto ao cenário, uma caligrafia clara e decifrável indica segurança por parte do redator; uma difícil leitura pode ser um sinal de rebelião ou indolência. Do movimento deduz-se se existe um espírito de iniciativa ou, pelo contrário, uma predisposição para a manutenção de hábitos. Se a assinatura tiver uma grafia diferente da usada em outros escritos do escritor, isso pode indicar uma personalidade conflitante.

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A Escola Italiana de Grafologia e Giampaolo Moretti

Moretti considerou as regras da escola francesa muito distantes de suas intuições. A sua interpretação psicológica da caligrafia, à qual se dedicou intensamente ao longo da vida para lhe dar validade científica, considera a escrita uma expressão exterior da personalidade básica do sujeito, bem como dos gestos, do andar, do tom de voz. Moretti atribuiu um significado psicológico a alguns signos gráficos, como expressão de características afetivas, intelectuais, somáticas, quantificou-os e analisou-os em suas interações. Os anos de experimentação contribuíram para dar certo valor científico ao seu método. Além dos aspectos psicológicos da personalidade, ele também reconheceu os somáticos na caligrafia, especialmente aqueles ligados a gestos e posturas de que fala na Grafologia Somática. Em sua opinião, o corpo e suas atitudes podem ser rastreados até a psique do sujeito. Ele acreditava que os signos grafológicos também esclareciam as orientações e predisposições individuais para o tipo de escola e para a escolha da profissão. A cada um dos 82 signos gráficos indicados corresponderam certas características psicológicas e somáticas, cuja interpretação não se dá pela soma dos signos, mas pela interação destes. Moretti listou os signos únicos (momento analítico) e, em seguida, analisou sua influência recíproca (momento sintético). Segundo esse método, os signos não dão informações sobre a personalidade total do sujeito. Há os da inteligência, os psíquicos e os da vontade: a distinção é porém relativa, porque cada tipo de signo também dá indicações sobre os outros. Há signos que têm maior importância, por exemplo os substanciais, aos quais correspondem as características intelectuais psicológicas, depois há os modificadores, menos fundamentais, mas ainda influenciando o modo como as manifestações se concretizam; os acidentais, enfim, são aspectos secundários elaborados posteriormente.

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A grafologia não tem validade psicodiagnóstica

A grafologia nasceu como um setor da fisionomia do grego ϕυσιογνωμονία, interpretação da natureza, a partir de Aristóteles, que é uma "ciência" que desde a forma do corpo e sobretudo dos traços faciais extraiu informações sobre o caráter e a personalidade de um Individual. E, de fato, até Lombroso, fundador da antropologia criminal, escreveu um conhecido livro sobre grafologia, isto é, o gesto gráfico não daria apenas indicações sobre o caráter do sujeito, mas também sobre sua conformação somática. também foi sempre combinada com a arte da quiromancia e da astrologia. A grafologia, entretanto, como já dissemos, não foi reconhecida como tendo validade científica, e não foi reconhecida como tendo validade psicodiagnóstica. Apesar disso, é ainda hoje às vezes usado para selecionar pessoal no mundo Na verdade, segundo alguns, serve para conhecer não só o caráter, mas também a predisposição de um indivíduo e seu potencial.Grafologia, em comparação com outras chamadas "ciências" que investigam o personalidade interior, como astrologia ou numerologia, não é realmente oculta, mas ainda permanece um campo pseudocientífico limitado no campo das hipóteses e "poderia". verdadeiramente confiável para selecionar indivíduos de acordo com um critério científico baseado em sua escrita, na vida privada como no mundo do trabalho e menos ainda para traçar o perfil de um acusado de um crime.

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Grafologia e psicologia: uma relação complexa

O gesto gráfico é um gesto expressivo e é realizado por meio de mecanismos ligados ao sistema nervoso central. Cada pessoa tem a sua letra, diferente da das outras, tem o seu traço pessoal, fruto também do seu encontro com a caligrafia alheia. O grafólogo que dá uma interpretação psicológica à escrita tenta adivinhar o estado de espírito de quem escreve a partir do movimento de sua caligrafia, ou se o traço é marcado ou leve, se em direção reta ou não, se espontâneo ou artificial, imitado ou criado pelo escritor para dar uma imagem diferente de si mesmo. Refletimos a nós mesmos e a nossa interioridade na escrita, segundo essa concepção. A posição da escrita na folha, a forma e o tamanho dos caracteres, os espaços deixados entre as letras do alfabeto que constituem uma palavra ou entre palavras diferentes, podem dar, segundo alguns especialistas, informações a nível intelectual, de memória , afetividade, sensibilidade e sobre a sociabilidade do sujeito.

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Enquanto a grafologia se preocupa com as características da personalidade do sujeito, a avaliação gráfica pretende verificar a autenticidade de um texto escrito ou de uma assinatura, comparando os signos com outros do mesmo autor. Para isso também utiliza ferramentas como o microscópio estereoscópico digital, próprio para estudar a pressão da escrita, a lâmpada de madeira, que destaca possíveis rasuras e técnicas computacionais. A escrita é uma expressão do indivíduo, mas sua análise dificilmente permite uma interpretação perfeita e exata da personalidade da pessoa ou uma imagem completa de sua interioridade. Mesmo uma escrita regular de acordo com todos os cânones pode ocultar características inesperadas de caráter. A grafologia, no entanto, é sempre uma expressão de si mesmo e, quando se tem um estado de espírito agitado ou excitado, ela pode se revelar na caligrafia, que muitas vezes é mais complicada ou incerta. E pode acontecer que um bom grafólogo através das curvas dos caracteres, seu tamanho e tantos outros parâmetros consiga designar a personalidade do sujeito, traçando um perfil bastante correspondente, mas sem certeza científica.

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Grafologia definida por grandes estudiosos

Os primeiros especialistas na área, como Michon, atribuíam grande importância à intuição do grafólogo e consideravam a grafologia uma arte. Depois trabalhamos cada vez mais para dar-lhe validade científica, até Moretti, para quem era uma ciência experimental. Alguns estudiosos preferiram chamá-la de psicologia da escrita ou psicografologia. Segundo Moretti, o gesto gráfico espontâneo representa a materialização da personalidade do escritor em sua própria caligrafia. Certamente as tendências inatas, genéticas, naturais que influenciam a singularidade gráfica são muito importantes, mas as variações provocadas pelo humor temporário, momentos de tensão ou patologias também têm uma certa importância. A escrita não envolve apenas o membro usado, mas toda a pessoa que escreve participa dela numa síntese de energias, que inclui a inteligência, a vontade, os nervos, os músculos e a psique. E neste ponto parece muito adequada a definição de Spotti, que considera a grafologia o estudo das leis que regulam a dependência mútua entre os fenômenos gráficos e os fenômenos fisiopsíquicos.

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Um verdadeiro gesto gráfico deve estar isento de qualquer forma de condicionamento, do professor, dos pais, do voluntário do escritor, a modificar a sua caligrafia para apresentar aos outros uma imagem diferente de si mesmo, a de imitar a caligrafia da moda ou usada por alguém você admira. Até a forma de caminhar difere de pessoa para pessoa, em termos de ritmo, forma de esticar a perna e o pé e os gestos articulados do tronco e dos braços, que permitem reconhecer alguém apenas pela forma de caminhar. Essas são ações automatizadas pela repetição, pelo exercício; são voluntários, no sentido de que são decididos pela vontade, mas quanto à forma de fazê-los tornam-se inconscientes à medida que se repetem com o tempo. Algo semelhante é registrado no ato da escrita, onde existem métodos igualmente subconscientes de execução e também de individualização, que se manifesta de forma plena quando o movimento ocorre de forma automática.
A grafologia interessou a muitos estudiosos que a definiram de várias maneiras, dependendo das deduções finais extraídas de seus estudos. Pulver acreditava que o indivíduo com sua escrita fazia um verdadeiro autorretrato e Klages que a caligrafia era um sinal permanente e objetivo do movimento pessoal do escritor. Vels então o considerou um encefalograma natural, capaz de registrar todas as mudanças mensuráveis ​​na personalidade de um ser humano, com base na forma, intensidade, direção, frequência e outros aspectos observáveis ​​na caligrafia.

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